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Cafés de Tradução ATeLP - A Tradução em Portugal: Os Tradutores

  • May 24, 2006
  • 05:30 PM - 08:30 PM
  • Livraria Bulhosa (Entre Campos)


1.° Café de Tradução da ATeLP


Os Tradutores



Texto de Fátima Dias e Julieta Almeida



O primeiro Café de Tradução da ATeLP teve a participação dos convidados Ana Paula Mota, tradutora-legendadora e proprietária de uma empresa do sector, Francisco Manso, tradutor literário, João Roque Dias, tradutor técnico, e Rosário Moreira, tradutora e intérprete. O café foi moderado por Luísa Yokochi.

Do diálogo que se desenrolou entre os convidados e o público, destacamos os seguintes pontos:

Tradução Literária
  • não existe crítica da tradução literaria;
  • o tradutor literário não tem liberdade critiva; mas se os autores a têm, pergunta-se por que razão não se reconhece o mesmo direito aos tradutores?
  • pergunta-se também se a tradução literária não deverá ser vista como uma tradução 'técnica', já que ela também exige conhecimentos específicos?
Tradução Técnica
  • a tradução técnica em Portugal encontra-se compartimentada, não englobando geralmente a tradução literária, a tradução de software, a tradução jurídica e a tradução de medicina;
  • os profissionais das áreas técnicas (como os engenheiros) têm mais facilidade em traduzir os textos de especialidade porque dominam os conceitos, componente fundamental deste tipo de tradução;
  • os tradutores-legendadores são considerados tradutores generalistas, mas têm por vezes de fazer traduções altamente 'técnicas' (a série «Serviço de Urgência» foi dada como exemplo);
  • os clientes partem do princípio de que os intérpretes sabem tudo e dominam todas as áreas do conhecimento, técnicas e não técnicas.
Interpretação
  • a interpretação é uma actividade diferente da tradução; por exemplo, os intérpretes não podem revisitar os seus textos, como acontece com os tradutores;
  • o trabalho dos intérpretes é ainda mais difícil por ser em tempo real, sem possibilidade de recurso a dicionários;
  • o mais importante para os intérpretes é a mensagem que querem transmitir, a ideia, não as palavras;
  • a actividade dos intérpretes envolve um trabalho constante de análise e síntese;
  • os intérpretes não gostam de ser chamados de tradutores, pois tanto o processo, como o objectivo final do seu trabalho, são diferentes dos dos tradutores;
  • os tradutores-legendadores são «intérpretes escritos» e também eles não podem traduzir tudo.
Legendagem
  • a tradução de programas e filmes para crianças não é tão cuidada quanto deveria ser;
  • a sonorização é feita sem a colaboração dos tradutores;
  • as regras sobre a linguagem a utilizar na televisão são cada vez mais restritivas (os palavrões estão banidos, sob pena de multa).
Informação/Formação
  • a troca de informações com os colegas é importante;
  • importante é também os tradutores possuírem uma boa rede de contactos;
  • a formação de base é importante, bem como a reciclagem de conhecimentos e competências.
Prazos
  • há tradutores que os consideram os seus melhores amigos, pois eles permitem-lhes acabar um trabalho para iniciar outro;
  • os tradutores-legendadores não têm palavra a dizer quanto aos prazos; se discutem ou recusam um trabalho por esse motivo, ele será imediatamente aceite por outro tradutor, perdendo eles o seu cliente;
  • os tradutores literários conseguem negociar os prazos com os seus clientes.
Qualidade
  • um problema específico da legendagem é a exposição; todos a vêem e todos consideram saber espanhol ou inglês suficiente para poderem criticar a qualidade da tradução;
  • o mercado não valoriza a qualidade da tradução literária, não sendo ela que determina se um livro vende bem ou não.
Preço
  • a tarifa normal de interpretação é de €500 por dia, estando o trabalho prévio de preparação incluído no preço;
  • os tradutores-legendadores são extremamente mal pagos em Portugal;
  • os clientes nem sempre procuram a melhor tradução; é frequente a sua escolha ser ditada pelo preço, não pela qualidade;
  • o facto de os clientes quererem produtos 'por atacado' significa que vez exigem maior volume de trabalho por um preço mais baixo;
  • as editoras pagam o que querem, não aceitando negociar os seus preços;
  • uma nota de optimismo foi os convidados acreditarem que o mercado se auto-regulará a favor da qualidade, não do menor preço.
Regulamentação
  • a profissão não é regulamentada, nem valorizada;
  • a luta pela dignificação da profissão não avançou muito nos últimos anos;
  • muitos tradutores são totalmente contra a regulamentação da profissão, crendo que a mesma equivaleria à redução da qualidade das traduções;
  • todos os presentes concordaram que os tradutores devem ser avaliados.


 


© ATeLP – Associação de Tradução em Língua Portuguesa, 2005- 2008

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